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Pela fronteira no Laos

Pela fronteira no Laos
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Atravessamos a fronteira da Tailândia para o Laos.

Compramos a nossa passagem até Luang Prabang, Laos, em Chiang Rai e seríamos acompanhados desde o nosso Hostel até à cidade que é património da UNESCO. Ao contrário de quando viajávamos de carro não tínhamos pesquisado nada, apenas se era possível obter o visto à chegada.


Ainda não eram seis da manhã quando o dono do Hostel onde estávamos nos bateu à porta para descer, o nosso transporte tinha chegado. Uma carrinha de 12 lugares, mas ainda faltavam encher 8. Começamos o nosso percurso por outros hostels e o motorista falava rápido, parecia nervoso. Sempre a perguntar a toda a gente pelos passaportes e a certificar-se que tínhamos dólares para pagar o visto na fronteira.  3 kms antes parou numa bomba, voltou a certificar-se que tínhamos tudo e disse-nos como seria quando chegássemos.


Carimbaram-nos o passaporte de saída da Tailândia, entramos num autocarro onde gostamos de chamar terra de ninguém e voltamos a sair já na fronteira do Laos, fizeram-nos o visto na hora e pagamos 35$ cada. Aproveitamos para gastar os últimos bath ( moeda da Tailândia) num café e em cigarros e trocamos para Kip (moeda do Laos) a conversão é fácil 1€ = 10.000 kip. Estamos milionários!  De lá entramos num Tuk-tuk com os nossos 10 companheiros de viagem. Explicam-nos que ja tem os nossos bilhetes do barco, que temos os lugares assegurados e que nos vão levar para um café onde podemos relaxar até à hora do barco.

Levam-nos para o que supomos ser a casa de um deles, tem um mini mercado improvisado com água, sumos e snacks e três senhoras que fazem baguettes com omolette e frango. Entretanto chega uma outra que nos recomenda comprar comida porque no barco não há, que na cidade onde vamos não há dinheiro mas que podemos trocar ali e que se quisermos reservar Hostel para o sítio da primeira paragem ela sabe um sítio muito bom. Ahahhaha! Que negócio tão bem montado, é o que se chama em economia de concentração vertical. Aceitamos a dormida porque o preço é bom e assim não temos que andar preocupados com isso. E vamos para o barco, ao chegar dão-nos os bilhetes, supostamente os sítios estão assegurados. Mas aquilo não tem lugares marcados nenhuns e apesar de termos ficado bem, a realidade é que nos andaram a enganar.


O barco começa a andar e está um frio desgraçado, não tenho posição, tento dormir, nada. Vão ser 7 horas do inferno. Uma ansiedade enorme, não sei se por estar dentro de água num barco velho que faz barulhos por todo o lado, nunca fico assim com viagens longas. Mas senti-me terrível.


Entretanto lá adormeço por uns 10 minutos, vemos um filme, tentamos ver outro, levanto-me para ir à casa-de-banho, há pessoas a beber, a jogar às cartas, rir, muitos conheceram-se alí no barco. Mas eu estou mesmo a sentir-me mal, muito ansiosa e não me apetece falar com ninguém. O tempo parece congelar, que raio de ideia um showboat. E vão ser dois dias disto. Onde me fui meter. Aí que saudades da carrinha. Sento-me no chão, tapo os olhos, tento dormir outra vez. Vou comprar batatas-fritas para ajudar a passar o tempo, as bolachas que tínhamos trazido já foram todas. Acompanho no mapa o percurso que estamos a fazer. De vez em quando o barco, chega-se à berma e sai alguém. No meio do nada.

E chegamos. À saída do barco, numa pequena vila as crianças pedem aos turistas tudo o que eles têm: água, restos de sumo, bolachas,... o Tuk-tuk para o hotel já nos espera, é mesmo ali ao lado mas a subida é íngreme e agradecemos. Chegamos a um modesto quarto e deixamos as pesadas mochilas. Depressa vamos para a vila, pastelarias e lojas a vender os bem essenciais para estes turistas que ficam apenas uma noite. Numa padaria somos atendidos por três crianças, a mais velha de 12 anos prepara a comida, o de 10 recebe o dinheiro e o mais pequeno de 8 tenta que os outros brinquem com ele.

Depois de uma noite de sono, no dia seguinte logo pela manhã o cenário repete-se os barcos partem, atarefadas as pessoas tiram os sapatos antes de entrar, turistas e locais acomodam-se entre os sítios vazios, as mochilas fazem perder o equilíbrio ao entrar, alguns vem já de cerveja na mão. Outros com filhos dão o exemplo de que para viajar basta querer. No dia anterior já tínhamos comprado comida que esperamos ser suficiente. Água, bolachas, bananas, laranja, croissants, queques e um pão.

A viagem vai ser longa, com sorte vamos poder avistar mais uns elefantes, porcos, cabras, vacas, que usam o rio como bebedouro. A vila volta a ficar deserta à espera dos novos turistas que chegarão ao final da tarde e que vão encher de vida. Eu volto ao meu sofrimento com o consolo de que a viagem vai ser mais curta uma hora.

Hola, gracias por cambiar el mundo una compra de cada vez

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