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O prazer da liberdade

O prazer da liberdade
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Descalçarmo-nos ao entrar num templo ou numa casa, hostal, hotel, e até algumas lojas na Ásia é obrigatório. E para mim este gesto tem muito de simbólico. Descalçarmo-nos, libertarmo-nos. Ter sapatos hoje em dia é um dado adquirido para nós, mas na minha família há tios que caminharam descalços. E não serão os sapatos símbolo de tudo aquilo a que nos vamos prendendo? Sapatos desconfortáveis para trabalhar, para aquele ato formal que nos apetece tanto ir, só-que-não. Sapatos que nos lembram que temos que ir correr.... sempre a tirar a nossa liberdade.

Aqui há crianças que correm sem sapatos. Não porque não os tenham mas porque assim são mais rápidas, mais livres. Há mulheres que vão de mota descalças, porque assim sentem nos pés o sabor do vento e da liberdade. Há monges que fazem as suas tarefas nos templos sem nada a proteger-lhes os pés e lembrando-se assim de quanto estamos ligados à terra. De como temos que sentir que somos parte dela e não que ela é nossa.

Sempre adorei andar descalça. Mas a sociedade atira-nos com regras a todo o momento e cada vez se metem mais na nossa vida, deixando muito pouco para a nossa liberdade. Tirando-nos a criatividade, tornando-nos robôs, fazendo de nós seres mais infelizes e muitas vezes menos humanos. Estamos tão ocupados a obedecer a todas as regras que nos esquecemos de tirar os sapatos e pisar aquela relva que diz: Por favor não pisar! E se alguém o faz já vamos cheios de moralismos. Regras, regras, regras... no Japão os peões não passam o sinal vermelho mesmo que a rua esteja bloqueada para obras e não vá passar nenhum carro, eu vi isto!

A cada dia  somos proibidos de mais qualquer coisa, comprar um doce no hospital, acrescentar sal nas minhas batatas,... a cada dia que passa somos engaiolados, calçados com os sapatos mais desconfortáveis.

Aqui as crianças brincam com um pau, o baloiço é uma árvore. Em casa olhamos para os brinquedos para garantir que respeitam as normas de segurança. Deixem os brinquedos na prateleira e deixem os miúdos brincar com a imaginação. Tirem os sapatos enquanto caminham na terra molhada. Dancem!

Isto foi o Laos para nós, foi aprender que a liberdade é vida, que não precisamos de amarras, de nada para ser feliz, só de nós e de um monte de amigos como nós.
O país é bonito mas não aquela beleza de selva luxuriante da Nicarágua e da Costa Rica, os templos são bonitos mas modestos, as pessoas são simpáticas mas não estão sempre a sorrir como na Tailândia, mais reservadas. O rio Mekong acompanha o país e a sua pacificidade parece moldar o carácter das pessoas.

A calma, o amor, a vontade de ajudar estão lá em cada momento.

Ficamos mais de uma semana em Luang Prabang, depois desta viagem para cá chegar, festejamos o ano novo, passeamos pela cidade, fomos as cascatas mais bonitas que já vimos, acordamos cedo para ver os monges a receberem comida do povo e procuramos um casamento.

 Não imaginávamos que este casamento nos iria mudar. Pode ser que ao voltar a Portugal nos esquecemos do que é andar descalços, mas pelo menos um dia soubemos. Não imaginava que existiam pessoas assim. Tinha na minha ideia que algum dia pudessem ter existido mas vi-as tão felizes, com tão pouco, a dançar e a rirem-se. Tão bonitas! É o momento que mais vou querer guardar! Tinham vida na alma e os olhos transbordavam simplicidade!

Este vídeo procura resumir um bocadinho como vivemos este casamento:

 

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